A ligação entre portugueses e japoneses dura desde o século XVI. Os descobridores nacionais foram os responsáveis por introduzir, no país do sol nascente, as armas de fogo, a palavra “obrigado” e… a doçaria conventual.
A ligação entre portugueses e japoneses dura desde o século XVI. Os descobridores nacionais foram os responsáveis por introduzir, no país do sol nascente, as armas de fogo, a palavra “obrigado” e… a doçaria conventual.
Desde então o povo nipónico é “apaixonado” por doces. Tanto que, anteontem, uma equipa de reportagem da NHK, uma cadeia televisiva estatal, esteve na Alcôa para filmar um documentário sobre a doçaria conventual.
Assim que os japoneses chegaram à pastelaria pediram… Café e coca-cola. Só depois é que deixaram admirar pela reluzente montra de doces, bolos e bombons do estabelecimento gerido por Paula Alves. A empresária recebeu a equipa de reportagem e o chefe Koh para aprenderem mais sobre a história e confeção da doçaria conventual.
A admiração intensificou-se quando visitaram a fábrica da pastelaria. Cornucópias, pastéis de nata, doce e fios de ovos por todo o lado. Mas o que chamou mais a atenção foi mesmo o pão-de-ló, ou “pandeiró”, como lhe chama Yumiko Hori, a japonesa que “arranha” o português e que serve de intérprete.
Durante as filmagens, Paula Alves assumiu as funções de “sensei”, que é como quem diz mestre, para ensinar quase todos os truques para fazer o “pandeiró” perfeito. Quase todos porque o “segredo é a alma do negócio”, como diz o ditado. No final, os rostos dos japoneses, já de si muito expressivos, não esconderam a satisfação ao provar o pão-de-ló da Alcôa.
“Os japoneses não gostam de Portugal. Eles amam!” confessa, entre sorrisos, Yumiko Hori, que já percorreu este canto à beira mar plantado de lés a lés para criar “reportagens de índole turística” para o mercado japonês.
O objetivo do documentário passa por tentar promover Portugal e tentar atrair mais turistas. A gerente da pastelaria revela que já há muitos nipónicos a visitar Alcobaça e que apesar de “não consumirem muito”, ficam “muito admirados” por ver doçaria conventual que “ainda é feita tradicionalmente como há cinco séculos”.
É caso para dizer que as iguarias da Alcôa são mesmo conhecidas nos quatro cantos do mundo.